Suspeitas

Denúncias contra Secretaria de Assistência Social podem virar CPI

Após falas de vereador, secretário foi até a Câmara para questionar

Fotos: Fernanda Tarnac; Gustavo Vara - Vereador diz ter recebido denúncias de servidor do Executivo; secretário diz desconhecer acusações

Denúncias envolvendo a Secretaria de Assistência Social (SAS) viraram polêmica nesta quarta (4) na Câmara de Vereadores de Pelotas após o vereador Cauê Fuhro Souto (UB) levantar o tema, sem detalhar o teor das acusações e das provas. Segundo o vereador, seu gabinete recebeu denúncias graves envolvendo a eleição para o Conselho Tutelar e a SAS. Na terça, o parlamentar disse que as acusações seriam passíveis de processo em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

As denúncias partiram de servidores de dentro do Poder Executivo contra membros do alto escalão da SAS e envolvem casos de assédio moral, sexual e ameaças dentro da secretaria, além do desvio de recursos de programas assistenciais, como Benefício de Prestação Continuada (BPC) a pessoas com deficiência, e o Bolsa Família. O DP apurou que um servidor teria desviado para uma conta pessoal um valor elevado de recursos. Segundo Fuhro Souto, ele recebeu o material há cerca de um mês.

Após a fala do vereador na tribuna, o secretário da SAS, Tiago Bündchen, foi até a Câmara para falar com o vereador. Bündchen entrou no prédio sem se identificar e a sua postura foi vista pelos parlamentares como uma tentativa de intimidação. A esposa do secretário, Vanessa Jacondino, foi eleita conselheira tutelar no último domingo.

Após o episódio, o presidente da Casa, vereador César Brisolara, o Cesinha (PSB) criticou a postura de Bündchen. "A gente não pode aceitar em nenhum momento que alguém do Poder Executivo venha a essa Casa para afrontar ou não respeitar qualquer um de seus membros", disse. "Tirar a voz do vereador Cauê Fuhro Souto ou de qualquer outro vereador é tirar a voz da sociedade pelotense".

O secretário afirmou ao DP que não sabe o teor das denúncias e que esteve na Câmara para entender o caso. "Peço desculpas se algum vereador se sentiu afrontado, minha intenção era me colocar à disposição para os esclarecimentos necessários", disse. O governo foi procurado, mas não respondeu até a publicação desta matéria.

À reportagem, o vereador Cauê Fuhro Souto reiterou que as denúncias que recebeu são graves, mas disse que elas não são referentes ao secretário. "Tem denúncias que já estão na esfera jurídica, que a Prefeitura já sabe e já tomou as medidas cabíveis, que aconteceram antes de o secretário assumir", disse.

O líder do governo na Câmara, vereador Marcos Ferreira, o Marcola (UB) disse que ainda não teve conhecimento das denúncias e que a gestão espera as informações "para avaliar e cobrar as responsabilidades se algo de errado tiver acontecido no Governo".

Tanto Fuhro Souto quanto Cesinha mencionaram que as denúncias também estão no Ministério Público (MP) e, segundo Cesinha, a presidência foi instada pelo MP sobre o caso. A promotora da Infância e Juventude Luciara Robe da Silveira confirma que o MP recebeu denúncias, especialmente sobre abuso de poder político, que serão investigadas, mas não deu mais detalhes para não prejudicar as investigações. ​

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